Debates 15nais - Só come palha quem quer


A recente indignação com a proposta do PSD para os debates parlamentares com o Primeiro-Ministro é um excelente exemplo de como as pessoas falam de cor, e constroem opinião apenas com base naquilo que ouvem na comunicação “dita” social - por jornalistas e fazedores de opinião ao serviço dos interesses políticos e pessoais da Cúpula de Lesboa.


Á Cúpula convinha distorcer e reduzir uma proposta com mérito, lógica e justiça a algo que apenas dissesse “queremos menos debates com o Primeiro-Ministro” - porque isso iria corroborar a mensagem de que Rui Rio não faz oposição, quer um bloco-central, quer ser vice de António Costa, etc.


Era bom que os indignados se informassem. E, como diz um amigo meu "deixassem de comer palha". Que lessem a proposta submetida na Assembleia da República, e que ouvissem a comunicação (transparente e clara) do PSD - que convenientemente a comunicação “dita” social não transmite. 


Eu sei que é mais fácil partir para a indignação nas redes sociais, do que ler um documento com 40 páginas, ou ver um vídeo com 20 minutos, e depois constuir a própria opinião. Mas se as pessoas preferem economizar na inteligencia... estão bem entregues. Eu faço a minha parte, e um pouco de serviço público.


- Ler: Proposta submetida pelo PSD

- Ver: Vídeo com comunicação de Rui Rio


É que ao ler e ouvir se percebe imediatamente que a intenção e o princípio da proposta é mais (e mais sério) escrutínio, em vez de menos. É mais responsabilização do Governo, em vez de menos. É mais dignificação da Assembleia da República, em vez de menos. É mais exigência dos deputados, em vez de menos.


A verdade é que os actuais debates quinzenais são um número de circo. Onde partidos, deputados e governo procuram o “sound-byte” e a “pequena vitória” que lhes vão dar espaço no telejornal dos dias seguintes. Tendo como objectivo a notoriedade pessoal que ajuda a vencer eleições.


Estes debates, onde se discute a “espuma dos dias”, e onde o remoque é rei, apenas alimentam os tais fazedores de opinião e os click-bytes nas redes sociais. Não acrescentando nada ao debate público de políticas, nem oferecendo nada aos portugueses de bem.

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